Miocardiopatia hipertrófica (gene MYBPC3, Ragdoll)

A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença caracterizada pelo espessamento do miocárdio, especificamente pelo aumento do volume do tecido muscular cardíaco no ventrículo esquerdo e no septo ventricular. É a doença cardíaca mais comum nos gatos domésticos.

Sintomas

O início dos sintomas da cardiomiopatia hipertrófica ocorre normalmente entre os dois e os três anos de idade, embora a idade de diagnóstico possa ser mais tardia. A maioria dos gatos afectados não apresenta sintomas imediatamente. Os principais sinais clínicos incluem insuficiência cardíaca congestiva, tromboembolismo arterial e uma minoria chega mesmo a sofrer morte súbita. A insuficiência cardíaca congestiva pode envolver falta de ar, letargia e intolerância ao exercício, e o tromboembolismo pode envolver os membros posteriores causando dor e isquémia bilateral.

Gestão da doença

Não existe um tratamento preventivo ou curativo para esta doença. O tratamento centra-se no controlo dos sintomas através da utilização de medicamentos como os antitrombóticos para reduzir o risco de formação de coágulos.

Base genética

Esta doença segue um modo de hereditariedade autossómica dominante. A herança autossómica dominante significa que os gatos só têm de herdar uma cópia da mutação ou variante patogénica para estarem em risco de desenvolver a doença. Cada gatinho nascido de um progenitor portador de uma cópia da mutação tem 50% de hipóteses de herdar uma cópia da mutação e de estar em risco de desenvolver a doença. Não se recomenda a reprodução entre gatos portadores de variantes genéticas que possam causar doenças, mesmo que não apresentem sintomas.

Relatório técnico

A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença autossómica dominante caracterizada pelo espessamento do miocárdio. Entre os genes que têm sido extensivamente investigados em relação a esta doença encontra-se o gene que codifica a proteína C de ligação à miosina cardíaca (MYBPC3), uma proteína com função sarcomérica, ou seja, envolvida no processo de contração muscular. Embora o papel exato da proteína produzida pela MYBPC3 não esteja totalmente esclarecido, pensa-se que pode interagir com a miosina ou a actina, ou estabelecer interações com outras proteínas sarcoméricas. A primeira variante identificada neste gene (c.91G>C) foi observada na raça Maine Coon. Posteriormente, na raça Ragdoll, foi descoberta uma nova variante (c.2453C>T) que ajudou a explicar a cardiomiopatia hipertrófica em gatos afectados que não tinham a variante c.91G>C. A variante c.2453C>T encontrada no Ragdoll envolve uma mudança de par de bases no códon 820, afetando uma arginina conservada. Prevê-se que esta alteração possa afetar a função ou a estrutura da proteína. As diretrizes estabelecidas pelo American College of Veterinary Internal Medicine não recomendam o teste genético para MYBPC3 c.2453C>T em gatos não Ragdoll.

As raças mais afectadas

  • Ragdoll

Bibliografia

Akiyama N, Suzuki R, Saito T, et al. Presença de variantes conhecidas de ALMS1 e MYBPC3 felino numa coorte diversificada de gatos com cardiomiopatia hipertrófica no Japão. PLoS One. 2023 Abr 18

Do you still not know the true nature of your cat?

Desvende os segredos do ADN do seu animal de estimação com as nossas duas gamas.

starter

Raças + Traços físicos

Comprar
advanced

Saúde + Raças + Traços físicos

Comprar
Promoção do Dia do ADN Apenas até 28 de abril Utilizar o nosso cupão DNA15
Comprar