Gangliosidose GM2 (gene GM2A)

A gangliosidose GM2 é uma doença de depósito lisossomal que resulta na acumulação de gangliosídeos GM2 em vários tecidos, levando a uma deterioração progressiva do sistema nervoso que afecta a coordenação e a capacidade de movimento. A variante genética responsável encontra-se no gene GM2A que codifica a proteína activadora GM2 necessária para a degradação do gangliosídeo GM2.

Sintomas

A gangliosidose GM2 apresenta-se nos gatos por volta dos 14 meses de idade, inicialmente com sintomas de incoordenação motora e uma resposta de sobressalto exagerada a ruídos agudos. Com a progressão da doença, surgem dificuldades na marcha, ataxia e tremores de intenção. Em fases avançadas, os gatos podem ficar cegos e ter dificuldades de alimentação.

Gestão da doença

Atualmente, não existe um tratamento eficaz para a gangliosidose GM2 felina. O tratamento centra-se no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida do doente.

Base genética

Esta doença segue um modo de hereditariedade autossómico recessivo. A herança autossómica recessiva significa que o gato, independentemente do sexo, deve receber duas cópias da mutação ou variante patogénica para estar em risco de desenvolver a doença. Ambos os pais de um gato afetado devem ser portadores de pelo menos uma cópia da mutação. Os animais com apenas uma cópia da mutação não correm um risco acrescido de desenvolver a doença, mas podem transmitir a mutação às gerações futuras. Não se recomenda a reprodução entre gatos portadores de variantes genéticas que possam causar a doença, mesmo que não apresentem sintomas.

Relatório técnico

A gangliosidose GM2, ou doença de Tay-Sachs tipo AB, é uma doença de armazenamento lisossómico causada pela deficiência da proteína activadora GM2A, que é essencial para a degradação do gangliosídeo GM2 nas células. O catabolismo do gangliosídeo GM2 envolve as subunidades alfa e beta da beta-N-acetil-hexosaminidase e a proteína activadora GM2. Se um destes três intervenientes estiver defeituoso, o gangliosídeo GM2 acumula-se nos lisossomas, provocando uma deterioração progressiva e incurável do sistema nervoso central. A doença apresenta-se de várias formas, dependendo do gene afetado: variante B (deficiência da subunidade alfa da beta-N-acetil-hexosaminidase), variante 0 (deficiência da subunidade beta da beta-N-acetil-hexosaminidase) e variante AB (deficiência da proteína activadora GM2A). A variante AB, identificada em modelos de felinos afectados, caracteriza-se por uma deleção de 4 pares de bases (c.516_519del) no gene GM2A, que afecta a capacidade crucial de ligação hidrofóbica da proteína activadora.

As raças mais afectadas

  • Não especificado

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