A atrofia progressiva da retina é uma doença genética autossómica recessiva que provoca a degeneração gradual da retina. Manifesta-se inicialmente como cegueira nocturna e pode levar à perda total da visão diurna. O gene KIF3B, implicado nesta doença, está envolvido na montagem e manutenção dos cílios essenciais para a função correta dos fotorreceptores.
Sintomas
Os sinais clínicos manifestam-se precocemente, sendo a degenerescência da retina observada a partir das 9 semanas de idade. A perda de fotorreceptores começa às 7 semanas com a degeneração dos bastonetes, responsáveis pela visão nocturna, seguida da degeneração dos cones, responsáveis pela visão diurna, às 9 semanas. Outros sintomas incluem um aumento do reflexo tapetal e uma diminuição da capacidade de detetar movimentos subtis.
Gestão da doença
Atualmente, não existe um tratamento específico para reverter ou parar a progressão desta doença. A gestão centra-se na prestação de cuidados de apoio para melhorar a qualidade de vida do gato afetado. Isto pode implicar ajustamentos ambientais, como a adaptação da casa às dificuldades visuais do gato.
Base genética
Esta doença segue um modo de hereditariedade autossómico recessivo. A herança autossómica recessiva significa que o gato, independentemente do sexo, deve receber duas cópias da mutação ou variante patogénica para estar em risco de desenvolver a doença. Ambos os pais de um gato afetado devem ser portadores de pelo menos uma cópia da mutação. Os animais com apenas uma cópia da mutação não correm um risco acrescido de desenvolver a doença, mas podem transmitir a mutação às gerações futuras. Não se recomenda a reprodução entre gatos portadores de variantes genéticas que possam causar a doença, mesmo que não apresentem sintomas.
Relatório técnico
A atrofia progressiva da retina, também conhecida como degenerescência progressiva da retina de Bengala, está associada a mutações no gene KIF3B. Este gene codifica a subunidade KIF3B de motores moleculares pertencentes à família Kinesin-2, que desempenham um papel crucial no transporte anterógrado intraflagelar (IFT) dentro das células ciliares, necessário para a função normal dos cílios. As mutações patogénicas no KIF3B, como a variante c.1000G>A observada nos gatos de Bengala, afectam domínios críticos do gene envolvidos no alongamento anormal dos cílios primários e na disfunção do transporte de proteínas. Isto conduz diretamente à degenerescência progressiva da retina. Estas mutações comprometem a estrutura e a função dos fotorreceptores, o que se manifesta clinicamente como degenerescência da retina.
As raças mais afectadas
Bengala
Highlander
Highlander Shorthair
Savannah
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